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VÍDEO: cidades da região devem receber reforço de policiais militares

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Foto: Renan Mattos (Diário)

Nos próximos dias, as cidades da região vão receber o reforço de pelo menos 28 policiais militares. Eles fazem parte do grupo de quase 2 mil soldados que se formaram nas últimas semanas e que devem garantir que nenhum município gaúcho tenha menos do que cinco profissionais, além do policiamento 24 horas em todas as estradas estaduais pelo Comando Rodoviário.

Em Santa Maria, 81 soldados se formaram em 2 de agosto. No entanto, o efetivo total não permanecerá na região após o ingresso definitivo na corporação. Parte desse número ficará na cidade do curso de formação, mas o restante ocupará as vagas elencadas como prioridade pela Secretaria de Segurança Pública, que são: onde há menos de 5 PMs (na região: Quevedos, São João do Polêsine, Dona Francisca e Ivorá), cidades que estão inclusas nas 18 do Estado com maior número de delitos (Santa Maria está entre elas) e para reforçar o Comando Rodoviário da Brigada Militar.

Por estratégia de segurança, o órgão divulgou à reportagem apenas o número de soldados que integrarão o Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO) Central (seriam pelo menos 28 PMs para 29 cidades, que é a área de abrangência do CRPO Central), mas o Comando Rodoviário da região também deve receber reforço. No final de julho, o coronel José Nilo Correa Alves, titular do CRPO Central, chegou a mencionar que a intenção era destinar 82 policiais para a região. Contudo, na última sexta, ele informou que o destino de todos os PMs formados no Estado deve ser divulgado somente na próxima semana.

Enquanto parte dos recém-formados aguardam a decisão para saber onde serão lotados, o grupo que se formou em Santa Maria está sob responsabilidade do CRPO Central. Desde a última segunda-feira, 81 PMs foram divididos em três esquadrões (Camobi, Tancredo Neves e Centro) para patrulhar a cidade 24 horas por dia. Eles, inclusive, atuaram na programação da Calourada Segura, na Praça Saturnino de Brito.

_ Eles foram divididos de forma qualificada em três esquadrões. Para que a gente consiga, já após a formatura deles, que eles já vão desenvolvendo as ações, pegando experiência, principalmente com a supervisão de graduados e oficiais do regimento no sentido de dar uma melhor orientação para que eles se sintam seguros nas suas ações _ explica o tenente-coronel Erivelto Hernandes, comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon).

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EM SANTA MARIA
Shirley Lima de Azevedo Neta, 27 anos, é uma das soldados que se formaram nos últimos dias na cidade. Na tarde da última terça-feira, ela fazia policiamento a pé na Praça Saldanha Marinho, no Centro. Natural do Rio de Janeiro, ela veio morar na cidade com o marido, que é da Força Aérea Brasileira. Neta de policial, aqui ela realizou o sonho de ingressar na Brigada Militar.  

_ Está sendo muito legal essa experiência da primeira semana. pude aprender bastante com os outros soldados mais experientes, pude atender ocorrências, adquirir conhecimentos práticos na rua. No policiamento a pé, pude cuidar da população e da segurança de Santa Maria, conversando com os comerciantes e fazendo a polícia comunitária, conversando com o próximo, estar mais junto da comunidade. Nós não estamos afastados da sociedade, nós somos parte da sociedade, então precisamos saber o que a comunidade está achando do nosso policiamento _ comenta a soldado. 

Junto dela, o também novo soldado Baptista de David Giuliani, 25 anos, fazia o patrulhamento. Ele veio da cidade vizinha de Faxinal do Soturno para também realizar um sonho. 

_ Estamos trabalhando juntamente com a comunidade, com os estabelecimentos. A gente teve todo o processo de formação, estamos passando a teoria para a prática, está sendo muito gratificante. Estamos prontos para servir em qualquer parte do Estado _ conta Giuliani.. 

Foto: Renan Mattos (Diário)

Para o o professor e coordenador do Núcleo de Segurança Cidadã da Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma), Eduardo Pazinato, a lotação dos novos soldados é de extrema importância para a comunidade:

- Nós temos um déficit histórico há pelo menos três décadas no Rio Grande do Sul em relação ao efetivo policial, tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil. Isso por duas questões, uma delas é a redução de verba, que impede a contratação de novas pessoas, e outra é a inexistência de uma lei que obrigue o poder público a repor o efetivo que se aposenta. Eu não tenho dúvidas que a lotação desses soldados vai trazer um impacto muito positivo para a sensação de segurança, a percepção que a comunidade tem desse policiamento ostensivo, e também da qualidade da investigação criminal junto a Polícia Civil que tende a aumentar - afirma Pazinato. 

Além disso, o professor comenta que a estratégia que a Secretaria de Segurança Pública utilizou para alocar os policiais no Estado deve ser eficaz: 

- Foi um critério adequado, que buscou reduzir esse déficit, não só na capital, mas também no interior. Isso é fundamental, porque até hoje temos algumas cidades que tem um brigadiano, que consegue prestar atendimento de forma precária com apoio de cidades do entorno. É preciso, na área da segurança, que a lotação desse efetivo seja baseada em critérios técnicos e não políticos - comenta. 

De acordo com o delegado regional Sandro Meinerz, o reforço na BM impacta também a Polícia Civil:

- O trabalho deles ajuda bastante, porque, primeiro, se aumenta a sensação de segurança nas ruas da cidade e essa presença física é inibidora de ações. Outra questão é que mais policiais na rua, menos crimes e mais informações são obtidas com a população, que ajuda a subsidiar investigações em curso - afirma o delegado. 

POLÍCIA CIVIL
Em julho, mais de 400 policiais civis se formaram no Estado, mas nenhum deles foi lotado para a região. Entretanto, as cidades de São Sepé, Restinga Sêca e Pinhal Grande receberam, nas últimas semanas, o reforço de três profissionais que atuavam em outras partes do Estado.  

_ Para nós, um policial em uma delegacia pequena soma muito, pois isso significa ter mais um profissional à disposição da população no combate aos crimes e na investigação _ ressalta o delegado regional de Santa Maria, Sandro Meinerz. 

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